sexta-feira, 24 de julho de 2015

O Rei Leão

O Rei Leão


Realizadores: Roger Allers e Rob Minkoff

Quem tem miúdos por casa, sabe bem como eles são sequiosos por filmes de animação. A voracidade deles por coisas novas acho que chega a ser superior à quantidade de filmes que são feitos. E coitados de nós pais, que vemo-nos e desejamo-nos, para tentar saciar esta curiosidade. Não é à toa que antigamente na TV, os nossos conhecimentos de personagens animadas, resumiam-se aos clássicos da Warner e pouco mais, ao passo que agora, saber quem é o Jake, o Carrifante ou a Doutora Brinquedos é o mínimo exígivel pelos filhotes. Mas isso são outras conversas :-)

Por regra, para lhes mostrar, gosto de apostar em clássicos da Disney ou Pixar, sabendo de antemão o enfoque que estes estúdios costumam a dar aos valores. Nesse sentido, o "Rei Leão" acabou por surgir como uma escolha natural. Mesmo já passando as 2 décadas, nunca o tinha visto. E também, só apenas à vigésima e tal vez que os filhotes voltaram a pedir para o passar, é que lhe comecei a prestar realmente atenção. Qual não é a minha estupefacção em descobrir o quão assombroso este filme é. 

Simplesmente M-O-N-U-M-E-N-T-A-L !

Para além dos habituais valores, todo o filme é como que um compêndio de ética política para jovens. Não tão ideologicamente corrosivo como o "Triunfo dos Porcos", mas mesmo assim bastante mais adulto, do que as simpáticas personagens do Simba, Zazu, Rafiqui, Timon ou Pumba, fazem pensar.

Mufasa, o rei naquele paraíso africano, é a voz da sabedoria e experiência. Com paciência e dedicação, procura passar os seus conhecimentos e ensinamentos ao seu filho Simba. Contudo, nem tudo é idílico na "corte" do Rei. O ambicioso e pérfido Scar, irmão de Mufasa,  procura a sua oportunidade para conquistar o trono. Conseguirá?

A versão portuguesa está extremamente competente nas músicas, apesar de não ser fácil substituir um Elton John, sendo que as escolhas para as vozes das personagens estão absolutamente perfeitas.

Um clássico a ver e rever!

Classificação: * * * * *


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Maléfica

Maléfica


Realizador: Robert Stromberg

Actores: Angelina Jolie, Elle Fanning, Sam Riley, Sharlto Copley

Maléfica, é uma nova roupagem da Disney para o clássico da Bela Adormecida. Neste século XXI pragmático, a abordagem tradicional das histórias de príncipes e princesas, é substituída por outros tipos de relações e sentimentos.

Vendo o filme, não se pode verdadeiramente fazer grandes acusações. A realização está competente, no que aos ambientes diz respeito, o argumento está interessante na difícil nova abordagem que faz a uma história que todos nós conhecemos quase do berço, e os efeitos estão o que se pode dizer 5 estrelas, com o que de melhor se pode fazer nos dias que correm.

Estando tudo tão bom, qual é então a maior falha deste "Maléfica"?

O problema, é que se isto fosse um jogo de futebol, diríamos que o árbitro estava comprado. Por muita competência que haja, o filme foi centrado exclusivamente na personagem da Angelina Jolie, deixando tudo à volta para segundo plano. E o que a Angelina Jolie fez com isso? Encheu e estourou completamente com o filme. A presença dela é tão poderosa que seca tudo em volta.

Paradoxalmente, essa é a fraqueza do filme. O desiquilíbrio brutal entre a estrela principal e todos os outros, deixa aquela sensação de obra coxa. Uma obra prima requer a habilidade de equilibrar os diferentes pontos de interesse num todo, único e indivisível. Como expoente máximo neste género da fantasia, poderia referir a "Irmandade do Anel" como referência do que a excelência deve ser.

De qualquer forma, e off the record, fica uma interpretação brutal da Angelina Jolie. Fantástica.

Classificação: * * *