quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Jurassic City

Jurassic City


Realizador: Sean Cain

Actores: Ray Wise, Kevin Gage, Dana Melanie, Vernon Wells

Que seria do cinema se todos os filmes fossem obras primas? Perderíamos termos de comparação, e estaríamos demasiado preocupados em pormenores para atentar à beleza das películas.

Para que não tenhamos problemas desse tipo, existem filmes como este Jurassic City.

Para os mais cépticos, duvidosos dos efeitos especiais em filmes de baixo orçamento, dou uma boa notícia: Os dinossauros são mesmo os melhores actores do filme!

Sem deslumbrar, os efeitos especiais estão minimamente competentes, criando sequências credíveis com os bichos. 

O pior são mesmo os humanos!

Nem me vou estar a debruçar sobre o argumento, porque para isso teria que estudar o sistema educativo dos states. Asseguro no entanto, que a minha filha que fez recentemente o 4º ano, consegue escrever histórias e redacções muito melhores do que o enredo deste filme. No mínimo, têm princípio, meio e fim, elogio que não sou capaz de atribuir a esta película. 

Para piorar ainda mais o que já era mau, os buracos na história são de fugir! Um exemplo? Grande parte do enredo passa-se numa prisão normal, onde (não perguntem...) uma carrinha cheia de dinossauros estaciona na garagem. Escusado dizer que eles arranjam maneira de se soltar. O fantástico, é que numa cena vemos as celas com prisioneiros, vemo-los a fugir, e por obra e graça do espírito santo desaparecem. Sim! Desaparecem. A prisão fica toda, e apenas, para o grupinho principal. Já nem refiro que os guardas de uma prisão resumem-se a 4 ou 5 elementos. Isso são peaners como diria o outro.

A "ajudar", as actuações são simplesmente pavorosas, algumas ao nível dos actores porno. Ver um actor com a experiência do Ray Wise, a rebaixar-se ao ponto deste lixo, é verdadeiramente deprimente.

A falta de dinheiro não pode ser desculpa para um imenso disparate.

Classificação: *



Mad Max

Mad Max - A Estrada da Fúria


Realizador: George Miller

Actores: Charlize Theron, Tom Hardy

O Mad Max, pelo George Miller, é um dos meus filmes de elite. Um clássico intemporal, onde só os primeiros 5 minutos valem pelas 7 sequelas do Velocidade Furiosa. Como tal, não era à toa que a curiosidade estivesse nos píncaros para ver o regresso do mestre.

A linha pós-apocalíptica do Thunderdome mantém-se. A sociedade resume-se ao poder dos warlords, detentores do escassos recursos de sobrevivência. Tirando este pequeno pormenor de enquadramento, os restantes 90 e tal minutos de filme são em quinta a fundo. As paragens são escassas, e a adrenalina está quase sempre no máximo. A fotografia e alguns pormenores de realização seriam dignos de ser expostos no Louvre ou no Prado, caso houvesse sala para a 7ª arte.

O problema principal do filme, é que se tirarmos a extraordinária componente visual, falta claramente algo.

O Tom Hardy, que no Cavaleiro das Trevas tem uma interpretação absolutamente fabulosa, sem necessitar de tirar a máscara, neste Mad Max, mantendo em larga parte do filme outra máscara, tem uma representação totalmente amorfa, onde quase esquecemos que é ele a representar o personagem principal.

Grande culpada deste apagamento do Tom Hardy, é a Charlize Theron, poderosíssima no papel de Imperatriz Furiosa. Enche o filme.

Apesar dos excelentes pormenores cénicos, onde conseguimos verdadeiramente sentir o clima traumatizante da sociedade apocalíptica, penso que o enredo é demasiado banal, a roçar mesmo as linhas de série B. Com outro tipo de argumento, este filme poderia tornar-se uma obra prima.

Classificação: * * *